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Refluxo Visicoureteral

O que é Refluxo Visicoureteral?

Para melhor entender o refluxo vesicoureteral (RVU), é importante começarmos entendendo o trato urinário. Os rins são órgãos localizados na porção posterior do abdome, protegidos pelas costelas inferiores. Uma das funções mais importantes dos rins é filtrar o sangue, retirando as impurezas e água e produzindo, assim, a urina.

A urina produzida pelos rins é levada até a bexiga por tubos finos (ureteres). A bexiga funciona como reservatório de urina até o momento da micção, quando a urina sai da bexiga, através da uretra, para o exterior. Nas pessoas normais esse mecanismo funciona em um único sentido, ou seja, a urina produzida pelos rins passa pelos ureteres em direção à bexiga e depois pela uretra. Devido a um mecanismo semelhante a uma válvula, existente na junção dos ureteres com a bexiga, não há retorno da urina no sentido contrário.

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Em algumas crianças, esse mecanismo valvular não funciona corretamente, ocorrendo, então, o retorno de urina da bexiga para um ou ambos os ureteres, em direção ao rim, isto é o RVU. A quantidade de urina que retorna no sentido contrário e até onde ela chega é que irá determinar o grau do refluxo.

A urina que retorna ao rim pode causar infecção em todo trato urinário e, consequentemente, levar a lesões nos rins. A infecção associada ao aumento de pressão no rim acometido pelo refluxo pode causar cicatriz e perda de tecido renal funcionante. Quanto mais cicatriz um rim apresenta, menor o trabalho que ele pode realizar. Por isso que o diagnóstico e o tratamento adequado o mais precoce possível são importantes.

 

Como se faz o diagnóstico de RVU?

 

Existem vários exames que podem ser feitos para o diagnóstico do RVU.

  • Ultrassom renal (US) – Serve para visualizar os rins e todo sistema urinário, é um exame simples e pouco invasivo para criança;

  • Uretrocistografia Miccional (UCGM) – Um pequeno cateter é colocado na bexiga através da uretra. Um líquido com contraste é infundido por esse cateter. Rx são feitos com a bexiga cheia e durante a micção. Este exame dá o diagnóstico e nos permite avaliar o grau do RVU, bem como o aspecto da bexiga e da uretra;

  • Cistografia Radioisotópica – O teste é similar à UCGM, porém o líquido utilizado é diferente. Também serve para o diagnóstico do refluxo, mas não permite avaliar o grau do RVU nem a anatomia da bexiga e uretra

  • Cintilografia renal com DMSA – Um líquido é injetado pela veia e imagens são obtidas com uso de uma câmera especial. Esse exame serve para ver se os rins têm cicatrizes e como eles estão trabalhando. Ele nos dá a função de cada rim.

 

Como se pega o refluxo vesicoureteral ?

 

Uma em cada 100 crianças tem RVU. O RVU pode ser hereditário, mas não tem nada haver com o que os pais fizeram antes, durante ou após a gestação. Em alguns casos, o RVU pode estar associado à disfunção da bexiga.

 

Como tratar o RVU ?

 

Existem várias maneiras diferentes de se tratar o RVU e um dos principais fatores que influencia na escolha do método de tratamento é o grau do RVU. O RVU é classificado em 5 graus, sendo o grau I o mais brando e o grau V o mais grave. O grau do refluxo só é definido após a UCGM.

O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.

  • TRATAMENTO CLÍNICO – RVU de graus baixos (I, II e III) têm uma chance grande de cura espontânea com o crescimento da criança. Porém, enquanto se espera a melhora, é necessário a prevenção de infecção urinária, que é feita pela administração de doses baixas de antibiótico, diária e continuamente. Sempre que a criança apresentar febre, ou qualquer outro problema, é importante levá-la ao médico e fazer exame de urina.

  • TRATAMENTO CIRÚRGICO – RVU de graus mais altos (IV e V) têm uma chance menor de cura espontânea e, por isso, o tratamento cirúrgico pode estar indicado em muitos casos. Crianças que não melhoram com o tratamento clínico ou que apresentem infecção de repetição, apesar do uso do antibiótico, também são candidatas ao tratamento cirúrgico, independente do grau do RVU.

O tratamento cirúrgico pode ser feito de duas maneiras:

  • Reimplante ureteral – através de uma incisão na pele semelhante à de cesariana, os ureteres são reposicionados na bexiga, refazendo o mecanismo de válvula que está deficiente. Essa técnica tem uma taxa de sucesso de 95 a 98% e pode também ser feita por via laparoscópica ou robótica.

  • Cirurgia endoscópica – através do cistoscópio (pequeno telescópio para olhar dentro da bexiga) injeta-se uma substância na bexiga, próximo a abertura do ureter, mudando a forma dessa abertura e refazendo o mecanismo de válvula. Esse método é menos invasivo e mais eficaz em RVU de graus mais baixos.

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