Hidronefrose Pré-Natal (Antenatal)
O que é Hidronefrose?
Hidronefrose quer dizer dilatação dos rins, ou seja, quando o sistema coletor renal (cálices e pelve renal) estão dislatos e com excesso de urina em seu interior. Caso o ureter também esteja dilatado, o termo usado é ureterohidronefrose.
Com a prática da ultrassonografia durante a gestação, as hidronefroses têm sido diagnosticadas cada vez mais frequentemente e ainda no período fetal.
A presença de hidronefrose no exame de ultrassom gestacional levanta a suspeita de que pode haver algum problema congênito no aparelho urinário do feto. A maioria das hidronefroses pré-natais (71%) é transitória, ou seja, desaparece ao nascimento ou pouco tempo depois, porém um número considerável de crianças irá necessitar de avaliação e acompanhamento especializado com urologista pediátrico após o nascimento.
Quais as causas de Hidronefrose?
As principais causas de hidronefrose pré-natal são:
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Estenose de JUP (Junção Ureteropiélica) – quando ocorre uma obstrução na região de transição entre a pelve renal e o ureter.
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Refluxo vesicoureteral (RVU) – quando acontoce o fluxo retrógrado de urina da bexiga para o rim.
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Megaureter Primário ou Estenose da JUV (Junção Ureterovesical) – quando ocorre uma obstrução da junção do ureter com a bexiga.
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Ureterocele – dilatação da porção final do ureter para dentro da bexiga.
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Válvula de Uretra Posterior (VUP) – obstrução da uretra por uma membrana que exerce um mecanismo de válvula, dificultando o esvaziamento da bexiga.
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Rim Multicístico Displásico – formação de múltiplos cistos no rim devido a uma obstrução grave na junção ureterovesical (JUP), que causa perda completa da função do rim.
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Outras causas: ectopia ureteral, bexiga neurogênica, síndrome de Prune Belly, válvula de uretera anterior, atresia de uretra, dentre outras.
Como avaliar a criança com hidronefrose?
A avaliação da hidronefrose irá depender de vários fatores, como o grau da dilatação, se ocorre em um ou nos dois rins, se há alteração dos ureteres ou da bexiga, dentre outros.
De uma maneira geral, os exames que devem ser feitos são:
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Ultrassonografia de Rins e Vias Urinárias: esse exame deve ser feito entre 72 horas a uma semana de vida, pois o bebê sofre uma desidratação fisiológica logo após o nascimento, o que pode alterar o resultado do exame. A exceção são os casos de hidronefrose bilateral ou quando há suspeita de válvula de uretra posterior, quando o exame é feito no primeiro dia de vida.
Após a realização dessa ultrassonografia, e baseado nas ultrassonografias gestacionais, faz-se a classificação de risco da hidronefrose e programa-se os próximos exames a serem pedidos.
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Uretrocistografia Miccional: este exame é feito com a introdução de um cateter até bexiga e injeção de contraste. O objetivo do exame é avaliar a bexiga, uretra e se existe refluxo vesicoureteral. Geralmente, é solicitado quando há hidronefroses maiores, dilatação do ureter, ou após a criança apresentar algum episódio de infecção urinária.
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Cintilografia Renal Dinâmica (DTPA ou MAG3 ou EC): esse exame é feito pela injeção de contraste na veia e serve para avaliar a função renal e se existe obstrução nos rins. Ele mostra pelas imagens e por um gráfico o padrão de eliminação renal.
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Cintilografia Renal Estática (DMSA): esse exame é solicita um pouco mais tardiamente, geralmente após os 6 meses, e serve para avaliar a função de cada rim e se existe alguma cicatriz renal.
Como acompanhar e tratar as crianças com hidronefrose pré-natal?
Na maioria das vezes, é necessário iniciar uma dose bem baixa de antibiótico para prevenir infecções urinárias, até que a avaliação diagnóstica seja concluída e sua interrupção for segura. Esse antibiótico é iniciado logo após o nascimento e seu uso vai até a conclusão diagnóstico ou, às vezes, por períodos mais prolongados.
O acompanhamento e tratamento irão depender da causa da hidronefrose. O UROLOGISTA PEDIÁTRICO é o especialista que está mais preparado para avaliar e tratar os casos de hidronefrose pré-natal.