Criptorquidia
O que é Criptorquidia?
A palavra Criptorquidia significa testículo escondido. Por definição é o testículo que não é palpável na bolsa escrotal.
A criptorquidia é uma das anomalias genitais mais frequentes em meninos.
Os testículos são formados no abdome, próximo aos rins e, por volta da vigésima semana de gestação, começam a descer em direção ao saco escrotal, onde devem estar no momento do nascimento. Porém, em cerca de 1,5 a 4 % dos meninos o testículo não se encontra na bolsa escrotal ao nascimento, sendo esse número ainda maior nas crianças prematuras (até 30 %).
Após o nascimento, alguns testículos ainda podem completar sua descida até a bolsa escrotal e, caso isso ocorra, será nos primeiros 4 a 6 meses de vida. Depois dessa idade, a chance de um testículo chegar ao saco escrotal é muito pequena.
Após 1 ano de idade, 0,8 a 1,5 % dos meninos terão criptorquidia. Nestes meninos, o testículo pode estar localizado em qualquer lugar no seu trajeto de descida ou, mais raramente, fora do trajeto (Testículo ectópico).
Existem várias teorias tentando explicar a causa da criptorquidia, como alterações hormonais, genéticas, mecânicas, dentre outras, porém nenhuma delas consegue explicar o real motivo da não descida testicular.
Existe necessidade de fazer algum exame?
Não há necessidade de se fazer nenhum exame de imagem para localizar o testículo. O exame físico com o médico urologista pediatra é o melhor e único método para definir se o testículo está no escroto e, se não estiver, se ele é palpável ou não palpável.
Nos casos dos testículos que são palpados fora do escroto, apenas o exame físico é suficiente para definir a conduta.
Já os testículos não palpáveis, nenhum exame de imagem tem boa acurácia para definir sua localização, portanto, não precisam ser feitos. Nesses casos, a melhor maneira de definir a presença e localização desse testículo é realizando a laparoscopia, que é um procedimento onde, após anestesia, coloca-se uma câmera dentro do abdome para procurar o testículo. Se o testículo for encontrado, aproveita-se o procedimento para realizar a cirurgia para descida do testículo até a bolsa escrotal.
Por que tratar?
O tratamento da criptorquidia é importante por várias razões:
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Fertilidade: As células que irão produzir os espermatozoides necessitam de um ambiente com temperaturas um pouco mais baixas que as temperaturas corporais, assim, um testículo que não desceu, sofre efeitos da temperatura mais alta e, por consequência, podem diminuir sua capacidade de produzir espermatozoides viáveis para a fertilização.
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Tumor de Testículo: Testículos criptorquídicos tem de 3 a 10 vezes mais chances de desenvolver câncer de testículo. O tratamento parece diminuir essa chance, bem como, propícia o autoexame do testículo, favorecendo um diagnóstico precoce de um possível tumor.
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Estética: Melhorar aparência física e, com isso, prevenir problemas psicológicos.
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Trauma: O testículo localizado na região inguinal está mais propenso a traumas.
Quando tratar?
A idade ideal para tratar a criptorquidia é no segundo semestre de vida, ou seja, entre os 6 e 12 meses, pois células do testículo já começam a se preparar para produzir espermatozoides nos primeiros meses de vida, assim a cirurgia realizada mais precocemente permite o posicionamento do testículo no lugar adequado para que esse processo ocorra.
Como tratar?
O tratamento da criptorquidia é cirúrgico, para colocação do testículo na bolsa escrotal.
A cirurgia é feita no regime de hospital dia (interna e tem alta no mesmo dia) e sob anestesia geral. Uma pequena incisão é feita na região inguinal (virilha), onde o testículo é localizado e dissecado. Uma passagem é criada, por onde o testículo é levado até a bolsa escrotal. Uma nova incisão, é feita na bolsa para fixação do testículo. Em casos nos quais o testículo está localizado mais baixo, a cirurgia pode ser feita com apenas uma incisão na bolsa escrotal ou ao seu lado.
Nos casos de testículos que não foram palpados, a cirurgia é feita por laparoscopia, ou seja, com a introdução de uma câmera dentro do abdome para localização do testículo e, se ele for encontrado, duas pinças são colocadas por duas pequenas incisões e a dissecção do testículo é feita para que ele seja levado até a bolsa escrotal.
Nos casos nos quais os testículos estão mais altos e com dificuldade para alcançar sua posição no saco escrotal, a cirurgia pode ser feita em dois tempos, ou seja, num primeiro momento, o testículo é dissecado e preparado e, numa segunda cirurgia, 2 a 6 meses depois, o testículo é levado até a bolsa escrotal.
Em alguns casos pode-se tentar o uso de hormônios, porém os resultados com esse tipo de tratamento são controversos e com indicações muito restritas.